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Artigo - 7 de outubro de 2024

Investimento em Startups: Cash in ou Cash Out?

Investir em startups envolve a tomada de diversas decisões de forma estratégica, sendo uma delas a forma como o aporte financeiro é realizado: se cash in ou cash out. Entender as diferenças entre esses modelos é essencial para decidir qual tipo de investimento traz mais benefícios em cada situação.

O que é um investimento Cash In?

Nesse modelo, o dinheiro do investimento ingressa nos cofres da startup, servindo ao propósito de financiar projetos de expansão de sua base de clientes, contratação de novos empregados, aquisição de insumos etc. Este tipo de operação é conhecido como cash in em alusão à entrada de recursos financeiros na operação da sociedade-alvo do investimento.

No investimento cash in, o investidor adquire participação societária em oferta primária de quotas ou ações, ou seja, por meio da aquisição de novas quotas ou ações emitidas pela sociedade-alvo especificamente para viabilizar a realização do investimento.

Tais investimentos estruturados no modelo cash in podem adotar variadas estruturas contratuais, entre as quais são mais comuns o mútuo conversível, a opção de compra, a instituição de uma sociedade em conta de participação e o contrato de participação para investimento-anjo.

E as operações Cash Out?

Outra opção, bem menos comum, é o investimento se destinar à aquisição de quotas ou ações já existentes, e titularizadas pelos sócios fundadores ou investidores de rodadas de investimento anteriores.

Eventualmente, pode haver algum sócio que queira se desfazer de suas quotas ou ações em uma determinada rodada de investimento, desinvestindo total ou parcialmente o seu capital, e transferindo-o para os novos sócios investidores em troca de liquidez.

Este tipo de operação, de oferta secundária de quotas ou ações, é conhecido como cash out, e se caracteriza pelo fato de que o investimento remunera pessoalmente o sócio retirante que aliena sua participação societária, e não o caixa da sociedade.

Combinação de Cash In e Cash Out 

É muito raro que investidores aportem seu capital de risco inteiramente como cash out, ou seja, apenas adquirindo quotas ou ações de sócios mais antigos.

Às vezes, podem surgir situações em que o investidor possa estar disposto a aceitar uma oferta secundária de quotas ou ações associadas a uma oferta primária, combinando os dois modelos. Ainda que isso seja possível, em geral, os investimentos cash out podem, a depender do contexto, passar uma imagem ruim para os potenciais investidores.

Essa imagem negativa está associada ao potencial descrédito dos investidores ao perceberem que seus primeiros sócios investidores (os fundadores, ou os sócios das rodadas de investimento anteriores) estão “abandonando o barco”, mostrando pouca ou insuficiente confiança no seu futuro, a despeito da atração de investimentos pela sociedade-alvo.

Conclusão

É importante ter em mente que o investidor geralmente quer que seu investimento tenha o potencial de otimizar os resultados gerados pelos recursos que ele próprio está aportando – o que não acontece no investimento cash out. Afinal, contratar pessoas e investir em marketing, por exemplo, gera muito mais resultado do que remunerar o sócio retirante.

Os fundadores e investidores early stage precisam estar preparados para aguardar rodadas de investimento mais avançadas antes de começar a pensar em se beneficiar de eventos de liquidez, sob pena de colocar em risco a percepção dos investidores sobre o potencial de crescimento e sucesso do seu negócio.

Se você está pensando em investir ou buscar investimentos para sua startup, considere como cada tipo de aporte pode ajudar a alcançar seus objetivos de crescimento e sucesso no mercado.

 

Marcus Seixas
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